Espera, por Nicolas Rouquette
Não suporto esperar por nada. Esta característica faz parte do meu lado masculino. Casei-me com um homem que detesta esperar mas todos esperamos por ele até que passou a andar na camioneta do laboratório para ir e voltar do trabalho. Elementar, (meu caro Watson) nossa gasolina vai chegar aos cinco dólares o galão, ou seja 2,37 reais o litro. Não é carinho? Pra nós é.
Neste momento espero a chegada do meu filho à casa da avó. É no campo, um lugar muito bonito, cujo sossego seria completo se lá não morasse minha sogra. Ela tem pra lá de oitenta anos, saúde de vaca premiada, e um gênio daqueles. Quando se enfeza, vai lavar pratos pra distrair a mente. Se não há pratos faz que arruma os papéis. Cedo os larga, na sua impaciência, e sai a marchar pela casa, aos berros.
Juro que dá medo. Gabi é que não tem um pingo de vergonha na cara; espera que passe, bem escondido. Os passos de Thérèse balançam a estrutura do segundo piso, feito sem muito onde se apoiar em cima do teto do andar térreo. Lá vai ela, de uma ponta do corredor a outra, dizendo seus impropérios. Evita as blasfêmias contra o pequeno Jesus e sua família; do resto ela vai à luta.
Sina de avó é de mimar os netos. Nicolas já caiu no shit list, como dizemos aqui. O queridinho, o ai-jesus, o amorzinho da velha, é Gabi. Minha mãe a chamava de velha, embora Mommy fosse bem mais velha que a ... velha.
É hora do almoço aqui. Bad boy, Milton Ribeiro! quer aprender bobagens ;) Benvindo Sérgio Nasta, do estado que deu ao Brasil o único tetracampeão: Mário Lobo Zagallo, é, Alagoas, vamos nessa! E, finamente, não precisava se desculpar, namorado da Prill. Opiniões são como narizes, cada um tem o seu, a sua, ou vice-versa.
De personagens mais ou menos constantes do Universo Anárquico® vocês talvez se estejam perguntando sobre o Poeta Laureado, o autor de Macau, e Tarde e outras jóias. Ele vai espraiar as idéias a trabalho em uma conferência em Berlim, sobre tradução. Ah! Berlim e sua imensa comunidade de gente
doida-mansa com olhos azuis, linque via Este ou Aquele da Tine Araújo.
Quase fui ver o Gil no Hollywood Bowl. Só que é tão difícil para quem não pode ainda andar sem apoio. Então não fui. Já vi o Gil no saguão da FAU-UFRJ, ganhei poster assinado e tudo, em 1973. E agora vou almoçar, enquanto a obra continua aqui em casa, maridão trabalha no salão e eu aqui na copa, pois trabalho ainda é a melhor diversão, disse mais ou menos isso (bom nome para blog) alguém no Milton Ribeiro. Aí, pra Lilaise e a tal da nação rubro-negra.
Recent Comments