Geléia geral/fluxo de pensamentos

01-07-2008

Espera, por Nicolas Rouquette

Não suporto esperar por nada. Esta característica faz parte do meu lado masculino. Casei-me com um homem que detesta esperar mas todos esperamos por ele até que passou a andar na camioneta do laboratório para ir e voltar do trabalho. Elementar, (meu caro Watson) nossa gasolina vai chegar aos cinco dólares o galão, ou seja 2,37 reais o litro.  Não é carinho? Pra nós é.

Neste momento espero a chegada do meu filho à casa da avó. É no campo, um lugar muito bonito, cujo sossego seria completo se lá não morasse minha sogra. Ela tem pra lá de oitenta anos, saúde de vaca premiada, e um gênio daqueles. Quando se enfeza, vai lavar pratos pra distrair a mente. Se não há pratos faz que arruma os papéis. Cedo os larga, na sua impaciência, e sai a marchar pela casa, aos berros.

Juro que dá medo. Gabi é que não tem um pingo de vergonha na cara; espera que passe, bem escondido. Os passos de Thérèse balançam a estrutura do segundo piso, feito sem muito onde se apoiar em cima do teto do andar térreo. Lá vai ela, de uma ponta do corredor a outra, dizendo seus impropérios. Evita as blasfêmias contra o pequeno Jesus e sua família; do resto ela vai à luta.

Sina de avó é de mimar os netos. Nicolas já caiu no shit list, como dizemos aqui. O queridinho, o ai-jesus, o amorzinho da velha, é Gabi. Minha mãe a chamava de velha, embora Mommy fosse bem mais velha que a ... velha.

É hora do almoço aqui. Bad boy, Milton Ribeiro! quer aprender bobagens ;) Benvindo Sérgio Nasta, do estado que deu ao Brasil o único tetracampeão: Mário Lobo Zagallo, é, Alagoas, vamos nessa! E, finamente, não precisava se desculpar, namorado da Prill. Opiniões são como narizes, cada um tem o seu, a sua, ou vice-versa.

De personagens mais ou menos constantes do Universo Anárquico® vocês talvez se estejam perguntando sobre o Poeta Laureado, o autor de Macau, e Tarde e outras jóias. Ele vai espraiar as idéias a trabalho em uma conferência em Berlim, sobre tradução. Ah! Berlim e sua imensa comunidade de gente
doida-mansa com olhos azuis, linque via Este ou Aquele da Tine Araújo.

Quase fui ver o Gil no Hollywood Bowl. Só que é tão difícil para quem não pode ainda andar sem apoio. Então não fui. Já vi o Gil no saguão da FAU-UFRJ, ganhei poster assinado e tudo, em 1973. E agora vou almoçar, enquanto a obra continua aqui em casa, maridão trabalha no salão e eu aqui na copa, pois trabalho ainda é a melhor diversão, disse mais ou menos isso (bom nome para blog) alguém no Milton Ribeiro. Aí, pra Lilaise e a tal da nação rubro-negra.

29-04-2008

A controvertida mulher que foi minha mãe, por Nicolas Rouquette

Vou dar a notícia aqui de uma vez, antes que o  ti-ti-ti assole a coleção de blogs que há no país. Maldita seja este tal de mal de Alzheimer. Peço a vocês, bem no estilo gringo que me poupem cartões, telefonemas, queria morrer mas tenho os meus filhos para criar. Por motivos kármicos bestas, sou contra o direito ao suicídio.
Minha mãe sempre detestou presente de bouquet de flores. Dizia que eram para os defuntos. Gostava mesmo de tirar mudinhas dos jardins da rua ou de cemitérios.
Se fosse acreditar nela, nasci do Espírito Santo; aquela coisa horrososa, não é nada como nas estátuas. Homem é feio mesmo, tirando o Brad Pitt, que acorda de manhã bate no peito e diz -- Sou o Brad Pitt! Essa é do Craig Fergusson.

Zefa, Zefina, Jo Harris aqui, apaixonada pelo cinema, poligrossa e poligota, era tradutora dos mapas históricos no Palácio Itamaraty. Palavrão só o merda e shit, shit, shit, já idosa, quando a mandávamos voltar para o seu quarto. Dizia que ia ficar nele, "Bye, bye!" Voltava para a mesa, contudo.

Foi uma das primeiras advogadas na Universidade do Brasil, junto com Clarice Lispector, Rogério Marinho, sim daquela família Marinho, Alziro Zarur, que para mim parecia o que veio a ser o movimento evangélico no Brasil, Zarur, que tinha um programa de rádio e distribuía a sopinha do Zarur.

Mommy nasceu em Alagoas, foi despachada para um colégio interno em Fortaleza, onde viviam seus avós maternos. Bagunceira com seus pertences,  as freiras a puseram na boca de um dragão aos pés da Virgem. Não sei se por teimosia ou disciplina auto-imposta. Segundo meu tio e padrinho ela ficou assim "ruim da cabeça" por ter estudado demais. Eu também, meu tio, eu também.

Teve alguns amores platônicos, comprava roupas baratas na "Orlontex" nunca em vermelho ou "cores de empregadas."  Depois a "Orlontex" virou "Seleções Modas." Cuidou do meu pai, outro ir(responsável), a gente escolhe mesmo que nem Édipo, até o fim.

Gostava de se gabar quando havia visitas de cartógrafos internacionais. Chegava em casa gloriosa e dizia:

-- Achatei! Caguei no crânio!

Fugiu da casa dos meus avós americanos. Foi para o sindicato avisar ao meu pai e de lá NYC. Tinha endomitriose, diziam que ela era histérica. Foi operada quatro vezes, teve suas duas filhas com meio ovário, nasci de placenta prévia, um dos muitos dramas de sua vida.

Pensei que a salvaria para sempre quando a importei pra cá em 3 de novembro de 1991. Dizem que filho não deve morrer antes que os pais. Porra nenhuma. Quando meu pai morreu fiquei subindo pelas paredes como lagartixa profissional. Sou contra remédios calmantes. Quero a dor pública. Quero chorar lágrimas de esguicho como chorei esta tarde. (citações do Nélson Rodrigues.)

Reproduzo aqui uma poesia que o Poeta Laureado me enviou. Seu pai teria feito 88 anos em junho.  É da Emily Dickinson. A tradução é minha, com uma ajudinha. E vida que segue, dizia o João Saldanha.

1078

The Bustle in a House                                   O Ir-e-Vir em uma Casa
The Morning after Death                               A Manhã após a Morte
Is solemnest of industries                             É atividade a mais solene
Enacted upon Earth --                                  Executada na Terra --

The Sweeping up the Heart                          Varrer o Coração
And putting Love away                                 Armazenar o Amor
We shall not want to use again                     Que voltaremos a usar
Until Eternity.                                               Só na Eternidade".
   
Emily Dickinson
 

Zefa,que era igual à sua mãe, que só ligava para os tripudos,  outra allumeuse, dizia: -- Meu netinho é uma graça! Achava que era casada com Nicolas. Quem sabe? Em sua honra estou rezando mais ou menos o rosário. Faz tanto tempo. A missa no Brasil e anúncio, não faço idéia. Temos muito que fazer. Por favor, uso a cara-de-pau da Gringolândia, façam uma doação singela que seja aos órgãos que pesquisam Alzheimer, este mal que esvazia a pessoa completamente.

Mommy e Gabi em 2002, depois da nossa derrota no Congresso.
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13-01-2008

Apoio à greve do Writers' Guild of America, por Nicolas Rouquette

Sei que há muita gente que acompanha seriados que não terão seguimento se os grandes estúdios não derem os 2,5% que os roteiristas estão pedindo por seu trabalho na Indústria. Dave Letterman tem sido criticado abertamente mas seu show e o do Craig Fergusson são os únicos com apoio sindical porque Letterman tem sua companhia independente e fez acordo. Jay Leno é fura-greve no momento em que diz que "escreveu suas piadas" pois pertence ao WGA. Isso não é novidade; ele é republicano oportunista. Os shows noturnos são os de maior faturamento em comerciais na TV. Podem ser sem graça mas é isso.

Acho graça de comentários sobre a eleição USA contra o Partido Democrata. Quando cheguei aqui, em 1985, votava no Peace and Freedom Party.  Alguém ouviu falar? Pois é. Deu Reagan, Reagan e Bush Pai. Quero saber se acharam repugnante votar ou apoiar o MDB  ou o PMDB nos idos da Redentora. Fiz    campanha pelo voto nulo nos idos dos anos 70, como toda boa Libelu. Hoje  acho que não sei mais nada da política do Brasil mas dos EUA sou pela Hillary e me indigno quando falam mal da era Clinton-Gore. Vivo aqui na minha terra de cidadania desde 1985, voto e acho que entendo um pouquinho da política dos EUA, desde quando vivia no Rio de Janeiro. Meu pai trabalhou para a USAID e relembrando aqueles tempos li o óbito do espião que se apaixonou por uma maoísta brasileira e entregou o CIA por repugnância à tortura dos milicos.

Neste momento estamos atravessando o período de escolha de candidatos. Estas são feitas ou através de primárias, onde todos podem votar, ou caucuses, onde delegados(representantes de cada partido) votam separadamente. Em Iowa, no caucus deu Obama e Huckabee. Em New Hampshire, uma primária deu Hillary e MacCain. Dia 5 de fevereiro deverá selar quem será o candidato que concorrerá na primeira terça de novembro, dia da eleição presidencial. Dia 5 de fevereiro será o dia de primárias, onde votam todos, em um catatau de estados, inclusive a California. Os votos são de colégio eleitoral até hoje. A California é um prêmio para quem levar, pois os votos são proporcionais à população do estado, que tem mais de 37 milhões de habitantes.

Alguns estados dão os votos das primárias em proporção pra os candidatos. Dificilmente Obama leva o voto latino pois as duas etnias não se dão muito bem. Obama é o candidato dos democratas ricos e dos jovens desinformados. Em sua ascenção ele foi cruel com a velha guarda em Chicago e sim apoiou a guerra em 2003, 204, 2005, 2006 e 2007.  Hillary é a candidata antenada que todos odeiam por sua competência e por raiva do período Clinton-Gore, o qual equiparam ao governo Bush, uma loucura isso. O partido democrata apoiou as ditaduras militares. Entretanto foram os democratas os representantes do povo americano  que criaram programas sociais progressistas. Gostaria de saber qual é a alternativa viável, segundo os blogs de brasileiros que falam sobre a política dos EUA,  francamente.

David Letterman, que apóia abertamente a Hillary e o WGA colocou no show dele ontem um conjunto legal, cantando sobre a classe operária. Dropkick Murphys. O comunismo e o anarquismo estão em baixa no Brasil, lamento. Avisem-me quando lincharem marxistas,negros e nordestinos ou voltarem ao Anauê.

07-11-2007

Que longe o Brasil, por Nicolas Rouquette

Estamos aqui, mais perto do Japão que do Brasil. Que exótica a California. Tóquio tem preços proibitivos. Gostaria de conhecer. Tive alguns alunos japoneses na U.S.C. aqui em Los Angeles. E vários outros alunos da pós, todos estrangeiros, para aprender a redação USA.
Se tenho saudade do Rio e da São Paulo que conheci, apavoro-me com os preços na terrinha.  Já fui razoável no pôquer - lá vai - não tenho cacife para bancar uma viagem ao Rio de Janeiro.
Compreendo após fútil tentativa de concretizar planos de viagem que brasileiro tem mais é que reclamar.  Está tudo tão caro. Até comida de restaurante.
Será que pulando este ano que vem serei cada vez mais lenda longínqua para meus colegas de escola, para meus amigos blogueiros, para todos, enfim? Sem MSN, rudimentar uso de Tweeter e afins, será que até na minha nova profissão estarei na poeira do tempo?
Admiro iniciativas políticas eletrônicas que vejo em blogs onde não consigo nem comentar nem replicar suas iniciativas. Não quero ter livro, quero estar aí ao vivo!
Nossa campanha presidencial para a primeira terça-feira de novembro, aqui na Gringolândia, consome meus esforços de cidadã. Quero um USA melhor para um Brasil melhor.  Que as garras aquilinas imperiais sejam usadas para o desenvolvimento ecológico brasileiro. Aqui, nossos incêndios tiveram cobertura hollywoodiana.  Bye Bye Brasil mostra queimadas em 1979.  Flávia Nogueira, do Missisclof.blogspot.com, veterinária, reporta os problemas do ar em Rondônia. Será utópico crer que finalmente a águia careca, pois de longe suas penas brancas dão a impressão dde ausência de plumas, fará o bem?

Noções de bem e mal devem conter entre o branco e o negro as variantes do cinza, ou são maniqueístas, bem era Romântica USA, à la Edgar Allan Poe. Ou o bem ou o mal; a ausência do bem é campo para o nascimento do mal. A tristeza monomaníaca é contrapartida à alegria besta irradiante ( em Berenice). Perguntar a um corvo perguntas proíbidas entregam um homem ao demônio( O Corvo). Não há meio-termo. Este não é nosso mundo hoje.

Que a águia representante do México e dos EUA seja benigna para o Brasil. Que o México e EUA sejam amigos. Para vocês deixo meus pensamentos de um almoço tardio enquanto leio uns blogs aqui e outros ali. E uma foto da águia careca, the Bald Eagle, cortesia de Image Google, em outra ocasião. Minha barriga ronca.

30-10-2007

Ensanduíchados afinal, Amén, por Nicolas Rouquette

Estarei aqui diariamente, quase, com a chatice de sempre de um Botafoguense doido para hospedar a Copa do Mundo da FIFA. Ah-ha! Já sei. A alegria doce e única, irreversível, é saber que nem espelhinho de índio brasileiro compra mais, talvez por atavismo. Enquanto o Botafogo de Futebol e Regatas patrocinará a Copa no Rio, só rindo, vocês verão bilhetes a duzentos dólares ou mais, vi em Pasadena na semi-final do Brasil e Suécia. Os ricaços da FIFA verão o merchandising paralelo a todo vapor, imbatível, brasileiro, jeitinho ou système J (ji), judeu, mouro, visigodo, gálico, galego ou o quê seja, a transubstanciação católica que a todos lavou desde a Santa Inquisição até o todo sempre, amém. Ficaram os anéis e os dedos. Duh-uh!

Direto do Google Bar, através do meu MacBookPro demodé, Tina Oiticica Harris, cujo post não teria sido possível sem leitura prévia do Marmota e do
Marcus Nunes.

A geração sanduíche Parte 2, por Nicolas Rouquette

Cinerama082707 Somos a geração sanduíche, portanto, de ex-magras, implacavelmente zoadas, de homens distintos mas carecas, somos cheios de mazelas que não merecem nada mais que um revirar de olhos (de novo? Lá vem.) Somos os velhos, não os velhinhos.

O esquema funciona assim: nossos pais na casa dos oitenta, nós na casa dos cinqüenta e tal e os filhos com quase trinta alguns, outros ainda adolescentes. O conflito, que não é o do Fagner, Petrúcio Maia e Climério de 1976, grande sucesso do cearense acompanhado do pernambucano Robertinho de Recife pré-água oxigenada, este conflito vai assim, o nosso e o do Fagner, com 55 anos, nas minhas contas. Uma revelação.

Nós ainda damos para quebrar uns galhos. Logo, que se danem nossos ais. Nós ainda temos mesmo que ilusória, a paixão pela vida que nos resta.  Queríamos talvez aquele corpinho de ninfeta anos 60, Lolitas que muitas fomos. Diz o sábio Dr. NFR que o maior e melhor órgão sexual do corpo humano é o cérebro. Não é formado em biologia mas francês por natureza entende de filosofia.

Meus amigos da jornada deste bloguinho que só ontem descobriu a reforma Google - a barra Google - duh! - que melhorou consideravelmente a visibilidade do Universo Anárquico, meus amigos invisíveis, usuários ambi-sinistros(ou ambi-canhotos) da velhinha www 2.0, não temam.

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A geração sanduíche, por Nicolas Rouquette

A geração sanduíche somos nós na meia idade, ainda não tão velhos assim, conhecidos como "baby boomers" aqui nos EUA, nascidos entre 1945 e 1964. Sou eu, sou eu! Que nem o velhinho (outra geração) que levanta a mão radiante quando indagado sobre quem vai trepar naquele dado dia do encontro de sexologia, mas isso é outro assunto. Diz o sociólogo Sergovksi Novastrovski de UCSD que o Brasil teve um mini-boom populacional depois deste manjadíssimo do após-guerra.  Não discuto sociologia nem antropologia, do último tópico fico com o antropo sem lógica ou saber.

De velhinhos há piedade, peninha, auto-peninha, exceto os trogloditas que não receberam educação=bons modos. Infelizmente são muitos os herdeiros da filosofia "Sem Destino" da minha geração.  Filhos tardios, como o GHR, ou netinhos cheinhos de vontades. Fora os filhos adultos, criados a la volonté, desde os Ataris aos benefícios de ajuda $$$ que os pais da minha geração, a mais abastada e educada formalmente dos EUA, pode dar.

Nem velhinhos têm pena dos velhotes de meia-idade. "Dou meus cem pulinhos todas as manhãs." "Sua mãe não se embagulhou assim, olha que barriga." É a doença implacável dos que chegam perto da hora, independente de religião. Falou um amigo que não há religião que segura a barra na hora agá. Olhem que ainda estou na hora F. OMommyu G. Excelentes acordes para guitarra. Não acham?  Olhem a pose da minha mãe, uma mulher dada a flertes, seca ao toque, ao ponto de fazer crer que nasci da Imaculada Conceição. Jo em 2001.  Com eternos 20 anos.  E você?



 

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02-10-2007

Os Mutantes : Mande um abraço pra velha- Zefa, por Nicolas Rouquette

Mande um abraço pra velha, diga pr'ela se tratar.  Foi a última apresentação d'Os Mutantes que vi no Maranãzinho. Foi o ano de-cisão. De cuca e corpo, de casa e família, da banda, da música que não deu lá muito certo mesmo que fiel ao espírito do ano de 1972.
Minha mãe, prima do pai do Hélio Oiticica, a Zefa, tinha uma raiva danada dos meus amigos de desde 1964. Quando fomos pras Laranjeiras,em 1964, para o Elefante, não tínhamos nada,
nemmerdanocuqueperiquitomerende. Expressão que levei décadas para entender fonologicamente.  Semanticamente: pobrões.
Minha vitrola era uma dessas iguais à do Claudio Vianna: "portátil" enorme, uma grande mala azul clara que estacionei na casa dos tios da Jô, na Lagoa. A Lagoa era bucólica, os ônibus eram tróleis elétricos.

Meu pai dizia que os Beatles não durariam dez anos. Fumava seus cigarros um atrás do outro, tiririca com as novidades. Uma turma de beatlemaníacos ... com rapazes.  Ele, o Zaharis, que é doce em grego, diabético, conservador, fazia mimetismo de seu pai, um ex-jardineiro do Rei da Grécia, ignorante e racista, que ao menos acreditou em educação de imersão greco-bilíngüe nos anos  da Grande Recessão.

Daddy virou católico para casar com Zefa, filha de Maria, que decorou a música do Pato da Arca de Noé recentemente para sua sobrinha moreninha. Com seu Alzheimer vive na espera de minha irmã e filha. Visito seu quarto. Desconfio que detonou minhas fotos Kodachrome® e até minha maquininha Kodak Instantamatic.

Laranjeiras, sem praia, é quase Zona Norte para a Zona Sul na orla. Tijuca e Grajaú eram reduto das vassouras do Jânio Quadros, a Tijuca do I.E. e C.M. e escolas particulares mais o ai-jesus do Lacerda, o Colégio de Aplicação, em 1963 com música ambiental para estimular o cérebro. Tudo na linha do bonde. Zona Norte sem trem.

Da Zona Sul Santa Pústula esqueço.  1968.

Passei meu cabelo a ferro, ia de touca cheia de grampos para a escola. Salvou-me a Leila Diniz. Danou-se tudo em 1970. "Let it all hang down,"  (click no "Higher" do Video -Google)cantou Sly (and the Family Stone.)  Não tinha drogas - era o Rumilar e fui ver e viver o Woodstock no telão do cinema Roxy  .

Não, Gabriela Z. ser louco não é opção. Em 1970 veio o palavrão, sartou o sutiã, o cabelo virou poinhoinhoim. A loucura o vício a compulsão é tudo genética e neurotransmissores.  Sem tratamento o louco fossiliza.
The_brain_picture_2

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26-09-2007

Joyeux - sine qua non, por Nicolas Rouquette

Jô, http://colheres.blogspot.com/
Comentário que dava post, hein? Não sei você, tô curada, já posso sentar.

Tudo tranqs, minha nega. vai com calma que o andor é de barro. Não é pra desancar o doutor assim mas você é quem sabe de si. A gente oscila, é fogo mesmo. Lamento que aconteçam acordes dissonantes. Vai passar.
Regionalismos podem ser perigosos. Isso de Paulicéia Desvairada me ligou no paralelo Los Angeles//SP_SP/

Também eu, também eu. Vocês também. Phil Spector teve um não-resultado. Deve ser julgado de novo, com outros jurados.

A rapaduradoeudes.blogspot.com tá ótima, cheia de estorinhas do tempo mais... menos, sei lá.

Boa noite, Brasil, boa madrugada Zóo - Ropa. Bom dia Terra. Marcus, não é que a musiquinha do White Stripes contagia?

Entardece.
Sunset_over_westside

18-09-2007

Boiando geral, bicho; explica aê, Lia Drumond?, por Nicolas Rouquette

Li no última instância que nãn há provas contra renãn.
Se nãn há provas contra ele e o última instância diz a verdade, ele deverá ser inocentado novamente.

Espero reportagens na CNN sobre o Brasil coberto por um mar de engulhos, não de bagulhos. Que cor terão os engulhos? Verdes mares? Guardei aqui o último programa da TV Guaíba 2, música de Tito Madi. Para os que não conhecem a Repúbica Farroupilha é um senhor travelogue.Ressacaipanema

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