É manhã ensolarada; a leitura do jornal, por Nicolas Rouquette
Sem nada a ver com zodíaco, simplesmente com meu ser, amo minha rotina, detesto surpresas. De manhã, venho para a copa tomar café, o pátio ainda tem as cores do sol nascendo. Nesta época do ano, a árvore jacarandá está em flor, toda lilás escuro.
Tomo café devagar, inspeciono a roupa do Gabriel, vejo se tomou seu remédio ou não. Se escovou os dentes, adolescentes têm uma fase meio porquinha, ligeiramente chegada a escatologia. Anedotas de peidos, essas coisas.
Leio o jornal.
Estou muito impressionada com a morte do Yves Saint-Laurent, que morreu de depressão crônica. Confesso que sou obcecada pelos meus companheiros de luta contra desordens de humor. Em grande parte precipitamos nossas crises.
(sermão)
Quem tem desordens de humor tem que levar vida regrada, dizer adeus ao álcool, um depressor do sistema nervoso, desordem de humor é doença e ponto. Não dá para usar drogas que a gente inventa para se auto-medicar. Monopolar ou bipolar são doenças tratáveis com muita disciplina. Yves Saint-Laurent, o gênio da moda, que liberou o trajar das mulheres tem o mesmo papo que Kurt Cobain: heroína e álcool. Kaput, meus caros. É difícil encontrar a disciplina para combater desordens de humor. Contudo, depende da gente o combate. É número um nossa força de vontade.
(fim do sermão)
Em outra nota, bem mais ensolarada, enquanto o pátio se banha de mais sol, quinta vou ao neurocirurgião.(Segue)
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