Pontos para melhorar seu inglês escrito, por Nicolas Rouquette
Sem dúvida, o inglês USA é o inglês prevalente mesmo que as melhores gramáticas sejam da Oxford Press. Há uma muito boa do Michael Swan, Practical English Usage, que ensina detalhes da língua através de pontos. Existe até uma listinha das palavras ofensivas, com categoria de uma estrela a cinco, uso UK e USA.
Hoje vamos falar de pontos simples para melhorar seu inglês escrito. Muito se fala no Brasil sobre "gerundismo". Aqui temos a forma -ing que faz parte do aspecto progressivo de um verbo, ou seja, a ação está em progresso, como "I was watching her doing it." A tradução para o português vai abandonar o aspecto progressivo e dizer simplesmente: "Estava de olho nela (enquanto) o fazia."
Gerúndio, que eu saiba é uma forma elegante de usar o verbo, com cuidado para não deturpar o sentido. A forma -ing precede uma oração e se refere ao sujeito (aquele que faz alguma coisa) na oração seguinte. Exemplo:
Standing there, she was the image of an improved Scarlett.
A pessoa a quem o standing there se refere é a mocinha mais gata que a Scarlett, e é o sujeito da oração "she was the image".
Esta construção, simples e refinada, substitui o tosco "She was standing there and she was the image of an improved Scarlett." Qual é o problema?
O problema é de tomar cuidado para que o sujeito realmente seja a referência do gerúndio. Quando não, a frase termina sendo hilária, com sentidos absurdos.
A isto nos referimos em inglês como "dangling constructions." E se é verdade que tudo depende do angle of the dangle, como disse o W.J. Clinton, uma construção pendente é vacilona. Exemplo:
Standing there, the velvet couch offered her a great alternative for having sex.
O sujeito de "standing there" é o objeto do "velvet couch." Logo, nesta frase quem está de pé é o sofá de veludo. A tradução da frase com o pendente seria:
De pé (lá), o sofá de veludo lhe oferecia uma alternativa legal para transar.
Só que sofá de pé, a noventa graus, é ridículo, não acham? O Bill só faz é rir. Tá certão, meu. Fuckin' A right, ou super certo.
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Obrigado pelo apoio. A casa é sua...
Posted by: Leandro | 28-06-2008 at 20:12
Esse uso do gerúndio permite muitas formas elegantes de se reresentar situações complexas e de sugerir não-ditos. “And the Raven, sitting lonely on that placid bust, spoke only / That one word [...] And the Raven, never flitting, stil is sitting, still is sitting [...] And the lamplight o'er him streaming throws his shadow on the floor”.
Posted by: Thiago Leite | 29-06-2008 at 07:59
Perfeito, Thiago Leite. Este poema do Edgar Allan Poe serviu para iniciar uma longa amizade que tenho. Há duas versões em português. Uma do Machado de Assis e outra do Fernando Pessoa.
Posted by: tina oitcica harris | 29-06-2008 at 17:22
Há várias versões. Mas a de Pessoa é a melhor. Há tempos eu até tentei fazer uma tradução, mas desisti. No entanto, eu fiz uma paráfrase-paródia (The Cat or Obvious plagiarism of E. A. Poe's The Raven).
Posted by: Thiago Leite | 30-06-2008 at 09:47
Fez-me lembrar uma história que nos contavam na escola primária, acerca de um senhor que foi a uma retrosaria e pediu ao empregado:"Umas meias para senhora de mousse!", em vez de: "Umas meias de mousse para senhora!" lol
Posted by: Daniela Mann | 03-07-2008 at 15:58