O filho do lixo, por Nicolas Rouquette
Era uma jovem universitária na University of Southern California. Alegre, participava dos rituais de confrarias de estudantes, vivia em uma destas casas, uma Alfa Beta Gama ou coisa do gênero. Isto não é pouca porcaria, não. Há que passar pelos rituais de iniciação, ou trotes, e de preferência tentar um conhecimento no sentido bíblico com um membro de outra confraria de estudantes, tipo a Phi Delta Lâmbida. Vocês têm idéia disso. Quem não viu o filme "Animal House" com o John Belushi ou a "Vingança dos Nerds"?
Um dia, um dia como este, de mais um céu azul, sem uma única nuvem no céu, caiu na maior tristeza.
Quem poderia saber o por quê dessa tristeza súbita de
uma jovem sempre brilhante, esperta, sabidinha, dançarina, cheia de
vida, cujos cabelos loiros bailavam consigo como as espigas dos
milharais de sua terra natal, Ohio? Como compreender a cinza tristeza
que se via em na retina de seus olhos, sempre azuis, e agora plúmbeos?
Plúmbeos, vazios de vida, opacos tal uma coberta; um véu se havia
apoderado de sua expressão.
Não saltava ao ir à universidade.
Apenas arrastava-se e mal arrastava-se. Nenhuma organização do sistema
grego a interessava. Parecia que havia entrado em uma caverna, em um
túnel sem fim. Estava deprimida. Tão súbito! Ficava no quarto do
alojamento, lendo e dormindo o dia inteiro.
Um dia a polícia
bateu à sua porta. Perguntaram seu nome, ela o confirmou. É que tinham
encontrado um recém-nascido no latão de lixo nos fundos da Alfa Beta
Gama. Queriam um exame de ADN. Pálida, a jovem sentiu o sangue
correr-lhe do rosto. Camabaleou nos braços de um dos policiais. Foi
hospitalizada. Sim, era seu bebê. Era natimorto, disse. Era moreninho,
dizem.
E não foi o primeiro e último, meus amiguinhos. Há
outros, todos jogados no latão do lixo, com os ratos e ratoeiras, que
crueldade. Ela encontra-se em liberdade. Este foi um acesso de loucura
súbita, depressão pós-parto, dizem. Esta história é baseada em fatos
verídicos. Tantos casais que gostariam de ter um bebezinho. Pois assim
é a vida como ela é.
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Por isso sou pró-aborto, a mãe tem o direito de escolher se quer ou não parir... Acho que essa garota poderia ter dado a criança pra adoção já que decidiu ir com a gravidez até o fim... Uma crueldade dessas deveria ser punida com castração também.
Posted by: Lia Drumond | 18-06-2008 at 05:42
remato sorprendido ao olhar que hai un só ceu para todos. Nunca entenderei porque os seres humanos non sinten a necesidade de loitar nun mesmo camiño.
Apertas e moita saúde.
Posted by: Paco Penas de Dorvisou | 18-06-2008 at 05:51