E o Botafogo, hein?, por Nicolas Rouquette
Hoje estou muito feliz; aliás, desde ontem. Eram umas duas da tarde e o jogo mal havia começado. Qual jogo, me indagarás? O clássico vovô, Botafogo e Fluminense, o primeiro jogo oficial do "nobre esporte bretão" no Brasil. Pensei se valeria a pena vê-lo na Globo. Telefonei para meu tio e padrinho no Rio. O Botafogo ganhou no final do segundo tempo. Ficar em casa em um dia ensolarado quando o aborrecente está fora de casa estudando? Desculpem-me os craques do Botafogo e os desafortunados tricolores.
Vejam aqui, cortesia Global, a sorte e falta de sorte do Glorioso e do Tricolor carioca, respectivamente.
Saímos para um raro passeio, bem-vestidos para variar, com cabelo cortado rente os dois. Finalmente cortamos o cabelo. A nossa cabeleireira está em tempos de vacas magras. O setor de serviços dispensáveis está em crise. A California está em crise. Resolvemos pela perdição monetária só por um dia. Pagaremos com o inferno das dívidas.
Fomos ao mar, ver o Pacífico, quase deserto, depois da curva onde se vai para "The Colony", o morrote onde moram as celebridades. É West Zuma em Malibu. O problema da praia aqui é o vento implacável. Fizemos hora em um restaurante com vista. O oceano mata saudades. A primeira vez em que fui a SP capital me angustiei de andar e andar e não chegar ao mar. Chegamos, Nicolas não se manca e puxou uma discussão com o colombiano na mesa ao lado. O cara declarou-se de família de generais de quatro estrelas, ou seja, maior reaça. Mas os franceses se comunicam socialmente com discussões bizantinas pelo prazer da discussão despeito a politesse oblige. Não houve jeito de contornar até o cara e seu adorno feminino irem-se embora.
Nicolas também estava aflito para responder a um e-mail com perguntas sobre seu modelo de arquitetura de software atual. Despedimo-nos antes do sol cair, fiquei meio que chateada mas já passou. Dia 29 vejo meu novo neurologista e espero não ter que esperar mais para ser operada.
O caminho estava rodeado das flores naturais do sul da California e de seus cactos e outros exemplares "ridículos" da nossa flora, opinião do carioquíssimo poeta laureado Paulo Henriques Britto, cuja poesia está em exposição de colagem de arte em SP capital. Estava muito bonito.
E por agora é só que nem vi meu mail ou li minhas leituras matinais. Meu sobrinho ai-jesus me escreveu ontem e fiquei toda derretida. Ele é de uma meiguice incrível, é natural dele. Pena que não ficou Botafoguense. Era. Sua primeira palavra foi "Fogo"; ou seja, tinha preguiça de falar porque o natural é que bebês produzam[b] [m] ou [p] -- as bilabiais. Meu filho, ouro que custou a falar disse "Ocean" [ow-ShAN], sua primeira palavra. Se eu acreditasse nessas bobagens de horóscopo diria que foi seu signo, Escorpião. Naquele tempo passeávamos muito em rumo ao mar, um "mar ridículo" segundo minha mãe.
Aí vai uma foto do nosso ridículo e gelado "ocean" Pacífico, que de pacífico tem o nome, dado pelos portugueses em sua infinita sabedoria
E porque vou ao mar para matar a saudade do meu Arpoador, aí vai "Chega de saudade" com Tom e João, quarenta anos depois do Carnegie Hall, composição de Tom e do saudoso poeta e diplomata Vinicius de Moraes.
O único diplomata brasileiro a suplantá-lo foi o Barão. Qual barão? Abram seus livros de história que eu fui.
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Gabizago, futebol é assim, como as ondas do mar mas não como o intragável Lulu Santos. As ondas de êxito vêm e vão. O teu e meu Grêmio terão seu dia de campeão de volta.
Posted by: tina oiticica harris | 21-04-2008 at 12:56
Ei... daqui a dez dias vou para o Rio... :) tem sugestão de algum lugar imperdível para eu ir e lembrar de você? - mande as sugestões por mail, sim?
Tina, totalmente offtopic, qualquer dia conte aqui a história de como o seu marido aprendeu a falar português! :)
Já falei com o Edney sobre o lance do cintaliga por mail e ele disse que vai colocar visível lá no blog. ;)
Minha mãe também ficou felicíssima pelo Botafogo.
Beijo!
Posted by: Luciana | 21-04-2008 at 13:04