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"Podem me prender, podem me bater, podem até deixar-me sem comer, que eu não mudo de opinião." (Zé Keti, anos 60)
Quando comprei meu Mac PowerBook G4, ele veio bichado. Meu marido diz que tudo é assim mas de cara deu problema. É um computador de cinco anos de idade, meu favorito, por ter tela de 17 polegadas. É o "Hillary".
Hoje, ainda agora a Apple telefonou. O problema é o de sempre, o logic board, desculpem mas não sei como se diz em português. A placa lógica(?) está ferrada, de novo, não há na fábrica. Logo, a Apple vai me mandar um MacBookPro novinho pelo preço do conserto da placa do antigo.
Melhor que um disso, só dois disso. Em ritmo de samba:
"Eu agora sou feliz, ai eu sou feliz, eu agora vivo em paz, ai eu vivo em paz,"
Deve chegar em alguns dias. Direto de Cupertino. Direto de Paul Weller, "Standing Out In the Universe."
Estávamos nos anos sessenta, todas com quinze anos ou dezesseis. Em Copacabana conheci uma senhora alemã, que tinha uma filha única. Em pouco tempo de papo, ou talvez porque eu fosse mais paciente que hoje, a senhora me contava de suas dificuldades para ter filhos, de como teve esta já em idade avançada, e pior, de como perdeu uma gestação depois de andar a cavalo; o feto saiu aos pedaços, segundo ela.
Não só era falastrona, verborrágica. Era uma coleção completa das Seleções e do Natural Geographic. Além disso, era fã do Bob Dylan e dos Beatles. Filha e mãe tinham cada qual sua coleção de revistas e discos.
A filha era alta, branca, de olhos de gata, verdes. Tinha pernas longas que metia em botas de cano longo. Fazia um gênero. Seus estudos no colégio católico nunca foram longe. Seus namoros tampouco. Sei lá, tem gente que nasce sem muita sorte.
O apartamento ficava cheio de Beatlemaníacos duas vezes por semana. Eram tardes regadas a música, papo furado, exibição de discos, revistas, sanduíches e a agitação frenética de dona M. O apartamento tinha toda a mobília de tempos melhores, em um sala-três quartos no Jardim Botânico. Neste, em Copa, as divisões eram através de cortinas. Na sala havia um belíssimo divã para seis pessoas, em curvatura ameba, com pés que teminavam em ponta, verde musgo. Moderno, claro.
O tempo passa implacavelmente para todos. A gata alemã não deu mesmo sorte. Seu pai morreu. Sua mãe passou anos sofrendo de demência que só a música acalmava. Sem educação ou curso profissionalizante, a gata tomou conta da mãe e depois, depois.
Esta é uma historieta que o Nélson Rodrigues contaria bem melhor que eu. A moral dela é simples: estudai, estudai. Na época eu não era popular, talvez fosse c.d.f. demais ou fosse tímida e vista como sebosa. Não importa. A educação abriu as portas da sociedade para mim. Estudai, estudai. Esta historieta me veio à mente porque há um barulho de purificação dágua que não me deixa dormir; lembrei-me de Sra. M. e de sua filha porque é aniversário da filha em breve. Algumas flores para ela.
Aqui na Grande Los Angeles, dar de cara com "celebs" é fichinha. Uma das minhas amigas viu o grande poeta Bob Dylan em um consultório. Além de ser minísculo ele fedia a ausência de banho, para ser menos explícita.
Vi o grande Bob Dylan em Long Beach, em um show cheio de velhinhos, pois Bob Dylan é de uma geração acima da minha, a dos "Beatnicks." Alguns em cadeiras de rodas, outros com respiradores artificiais, bengalas, homens com cabelo branco e mulheres de cabelo pintado.
Pensei que o Poeta estivesse sentado ao piano mas estava de pé. ;) Foi um barato o show, primeira vez que vi um show do Bob Dylan. Que emoção para mim, que juntava minha desafinação à de muitos amigos cantando as músicas de Dylan. A música a que se referiu o Hazzmanazz é "It's Alright Ma..." que toca em Easy Rider, ou ""Sem Destino".
Satisfazendo a pedidos, vai uma foto de primavera. Se for repeteco, lamento. Não há nada de extraordinário quando se fala em morte. Ou cemitério.
Discordo profundamente, Sergio RS, a prostituição é deletéria, é fazer a mulher de objeto, um pedaço de carne jeitoso com alguns buracos e dobrinhas, ih, nem vou me extender nisso. Pense bem. É hipocrisia da sociedade condenar as moças mas que pornografia é redução da pessoa a objeto, ah, isso é. Clique para aumentar a foto, por favor. Um video para animar os corações primaveris, de todas as idades. A canção mencionada pelo Hazzmanazz. Letra aqui, para fins educativos. Não traduzo. Peçam àquela gringuinha ou gringuinho ao seu lado. Amanhã, de volta, se bem que o futuro a Deus pertence, já dizia o Francelino Pereira, Francelino, WHO? Pois é.
Minha mãe certamente nunca foi de acreditar em espíritos do além. O conto do C.D. de Andrade, Flor, telefone, moça, lhe causaria risa, no mínimo. Pois é que minha mãe tinha o hábito de freqüentar cemitério, ou os mortos da família Leite e Oiticica se acumularam, e Mommy levava mudinhas de suculentas.
Assim, por anos a fio conheci estas plantas chamando-as de "plantas de cemitério." Não requerem água ou muito cuidado. Assim como os mortos, entregues à terra, que se decompõem naturalmente. Não incomodam ninguém.
É deprimente estar doente dando trabalho aos seus. Minha mãe não fala mais porque não quer falar. Eu falo aqui no meu espaço e em alguns outros, cada vez menos.
Deixo com vocês a plantinha de cemitério fotografada aqui no meu jardim "mexicano" ou "japonês" como queiram. Mais fotos de jardins e flores no meu Flickr, anarchic_universe.
Bom dia para todos.
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