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13-12-2007

Viajando na gramática e nos blogs, por Nicolas Rouquette


Levei um susto quando fui aprovar comentários e havia um do Augusto Yoh (Guto)-- Uma grande promessa na blogosfera, é só conferir, desde o dia 11/12. Não vi e tenho muitos blogs a visitar que não vou visitar hoje. Minha saúde vai bem, obrigada. Gosto do blog do Guto porque ele ousa e escreve textos longos sem preocupações que não têm fundamento.

Além dos comentários perdidos no meu e-mail, que está entupido, há os feeds que estão fechados. Li três hoje. O do j.noronha porque envolvia o ensino de inglês e audácia dos brasileiros de comentarem em inglês por aí. Acho muito bom que comentem. Triste é a situação americana em que os anglófonos não aprendem espanhol.  Há uma piadinha sem graça; uma pessoa que fala duas línguas é bilíngue, três, trilingue, várias, poliglota e uma só, americano.
O Marcus Nunes escreveu sobre um negócio em que o dono repetiu a primeira sílaba; o dono da empresa se "achou".

Só que este fenômeno de aparente gagueira(sic) é utilizado para indicar o futuro na língua Tagalog, uma das línguas faladas nas Filipinas. Sulat é escrevo e susulat é escreverei. Chamamos este fenômeno de reduplicação.
A reduplicação é usada em línguas africanas também, para mudar a sintaxe, a morfologia e a semântica. O ensaio no link é de minha amiga muito querida, Uschi Drolc. Em inglês. Ela já acampou em tudo que foi país africano estudando especificamente fonética e fonologia.
E mais, a reduplicação é usada em inglês em pares de palavras, o fenômeno reduplicativo no final.  Temos então: willy-nilly, okey-dokey, flegma-shmegma, e vários outros.
Vejam só! A reduplicação em português!

O propósito aqui é de mostrar que não há língua bizarra. Bizarro seria o "ão" que só existe em português, impronunciável por qualquer outro falante de outras línguas, a menos que o aprenda antes da puberdade. É na puberdade que se fossiliza a pronúnica.

Comento em francês em alguns blogs. Ninguém reclama. São blogs de um ou dois comentários; acho que ficam felizes.

Também acho provinciano esse lance de julgar as línguas dos outros como "bizarras."  O importante é estabelecer comunicação. O resto, francamente, que vá para o inferno do país da gramática.

Leia a obra do Monteiro Lobato "Emília no país da gramática" com um clique acima.

Peço desculpas aos comentaristas, Gabriela Zago, em casa nova, Daniela Mann e Paula, a esposa do homem que já veio treinado. Paula é tradutora, teremos uma longa amizade.

Gabriela, nosso problema com a China é tão sério, que nem sei como será resolvido. O Japão emergente era alvo de piadas brasileiras que justificavam o tom amarelado da pele dos japoneses pela qualidade do uísque. A China, além de ser uma ditadura que reprime todo mundo em sua área de influência, é nosso maior credor. E pior, hoje deu no Los Angeles Times que brinquedos infantis, jóias principalmente, estavam entupidos de chumbo. O chumbo já foi  causa de mortes e defeitos congênitos antes da descoberta de seu conteúdo letal. Made in China mata nossa indústria e mata gente também.

Nesta nota, vou-me já (êpa!) Isto é um ... cacófato. Repitam rápido. Meu pai, Eva e Adão. Até amanhã! O YouTube é imperdível. Uma banda portuguesa interpreta Noel Rosa em "Gago apaixonado." Inacreditável de bom.


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Comments

Guto

Muito obrigado pelo elogio, é sempre uma honra.
Comentei no blog do Noronha, e também creio ser bom que brasileiros comentem em inglês por aí. É, no mínimo, um bom aprendizado.
Língua bizarra...nunca havia pensado sobre isso, e também não consigo imaginar outras línguas bizarras. Acho algumas bem diferentes, principalmente árabe, japonês e etc, que não usam o mesmo alfabeto que nós. Mas pra dizer a verdade, vejo como uma coisa bem legal ter tantas línguas diferentes. Diversidade nunca é demais. No fim, sempre dá pra fazer gestos pra se comunicar mesmo xD

hazzamanazz

A senhora faça-me o favor de tratar muito bem o tão maltrapilho português brasileiro.
Ora, pois...afffê... :D LOL

Ficamos em 56º lugar na competição internacional PISA, que mede a compreensão de textos dos alunos de escolas públicas.
Ou seja, somos do nível do Quirguistão (58º lugar).
Com o Brasil ninguém tasca!

Por outro lado, acho mais bizarro ainda, publicar mangás no Brasil, como se fosse no Japão: você começa do fim do livro/revista e vai lendo ao contrário, da direita para a esquerda.
Isso sim é 'odd' pacas! ;-)

Beijos,

w1zard

concordo. bizarro mesmo, só o português.. o alemão não é bizarro, só é f#da mesmo. mas um dia, aprendê-lo-ei (vai dizer que isso não é bizarro?).

p.s.: acho que tinhas razão sobre o meu inglês "compreensível". fiz um toeic essa semana para meu novo emprego e parece que fui bem. =)

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