Tilte -- É a Lady Eve, por Nicolas Rouquette
Nada como um velho filme escrito com excelentes diálogos para a gente curtir e sorver cada sílaba disparada pelos atores e curtir. Lembrei-me de um juiz em Sete Lagoas que julgou contra uma lei, Maria da Penha, federal, que protege os direitos da mulher. O desacatante proferiu em sua sentença a culpa de todos os males no mundo -- não riam; o pecado original-- Eva. Proferiu sua sentença sério como se falasse de fato jurídico lavrado em livro da constituição brasileira.
Por isso, li a respeito na SdeE da Denise Arcoverde, onde encontrei a Flávia Nogueira, minha amiga das festividades de fim de ano do blog da Dê, alugamos mais uma vez a película "The Lady Eve." (roteiro de ensaio, clique). É um filme singular, com a Barbara Stanwick e Henry Fonda em comédia pastelão durante a segunda guerra, em navio e trem. Os meios de transporte servem de décor e de marcadores do ritmo do filme.
Ela é uma bandidaça, linda de morrer, com cada vestido mais fantástico que o outro, desenhados todos pela Edit Head. Junto com seu "pai" e um amigo aprontam miséria nas mesas de carteados nos navios da rota Amazônia até NYC.
A Barbara Stanwick foi corista; suas pernocas são ma-ra-vi-lho-sas; longilíneas, a mulher errada com todas as curvas nos lugares certos em seu corpo jovem.(alguém já disse isso antes.) Henry Fonda faz o pateta milionário, que cai na esparrela da mulher não só uma vez mas duas e se o filme fosse mais longo, três. Todo o elenco decora suas falas, rapidinho despacham o que têm a dizer. Palavrão nem pensar. A criatividade do diretor e autor do roteiro, Preston Sturges, deixa insinuações no ar a 100 km por hora, mais trocadilhos e toda sorte de brincadeiras linguísitcas.
Eve seduz e sofre. Os caloteiros nem sofrem nem seduzem, apenas roubam com certo charme. Quem é que é a origem da culpa? Diga rapidinho, meu pai, Eva e Adão. Ha! Não te peguei, hein?
É ridículo que um juiz desacate a autoridade da república assim como é ridículo achar que o sexo frágil seja o motor da perdição desde o jardim do paraíso. Tudo que o feminismo fez foi acrescentar mais trabalho ao papel da mulher. Deus, sabiamente, mandou que pagasse por seu erro (levar o porco inteiro ) com sangue ... em suaves prestações mensais.
Deu tilte no meu post anterior, totalmente arruinado, minha saúde vai indo, daqui a pouco vou dormir. Não sem antes deixar com vocês umas amostras da grande atriz que ganhou Oscar honorário, foi o salário mais alto de Hollywood, extremamente profissional e cruel. Henry Fonda também concorreu a Oscar© até ganhar e ficar em casa, em filme feito para ele, chatinho, "On Golden Pond." Recomendo filmes antigos para treinar o ouvido. Pára e pousa o filme e volta até pegar mas não fissurado demais. Há que saber treinar sua aula de compreensão auditiva, ao lado de alguém paciente como a Yuna, professora de inglês, de folga hoje, a ser encontrada neste blog, de bob. Vou fazer catálogo bonitinho. E mais um montão de coisas.
Finalmente, minha recomendação de post do dia. É o post do Alexandre Inagaki sobre o Roberto Carlos. E um abraço apertadinho para Luciana e Patrícia do Cintaliga.
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