The Departed, por Nicolas Rouquette
Vocês me hão de desculpar. O título dado ao filme do Scorsese em português, "Os Informantes" só fica a dever a "O filho que era a mãe" do Hitchcock ou o "Quatro Cavaleiros do Apocalipse" sobre os Beatles, o primeiro. Sim, é verdade que "The Departed" é um tema central do filme, mas é necessário vê-lo para sabê-lo.
Havia em Boston um cara malvado assim que nem o personagem do Jack Nicholson. Seu irmão era presidente de uma universidade. O cara sumió, como dizem os porteños. E por isso corre a boca pequena que o cara, este cara, era informante.
Dos três diretores mais famosos desta geração pré- e baby-boomer, confesso que o Coppola é meu favorito, uma das razões para dar o nome de Francis ao meu filho. Mais uma vez, perigando levar o troféu "Mala Perpétua do Movimento Blogueiro", gostaria de enfatizar como a religião é importante aqui nos EUA. Coppola fez um filme que podem chamar de menor, para mim é sensacional, "The Conversation". Neste, Gene Hackman é um desses contratados para espiar um casal, descobre um complô, mais tarde descobre que foi descoberto, vive uma parana total tenta descobrir o "bug" que observa seus passos e conversas. SPOILER Destrói o apê inteiro até a cena final, onde o "bug" estava dentro da imagem da Nossa Senhora. Todas as partes do "Poderoso Chefão" estão plenas com a temática da culpa, perdão, Deus-Pai.
Quanto ao George Lucas, ele transferiu suas crenças religiosas para um mundo fantástico. A força, os Jedi, sacerdotes da força, Darth Vader, o Jedi caído, ih, que isso dá panos pra mangas e muita tese de doutorado se religião fosse modinha.
Pode ser que religião não seja modinha; que é cultura geral essencial, ah é sim, principalmente nos produtos USA.
Scorsese, agora. Gosto de alguns de seus filmes. Outros são chocantes demais para o meu gosto. Não questiono a veracidade do comportamentos dos "Goodfellas" mas dispenso. Gosto de "Taxi Driver" mas não o veria novamente. Gosto do "King of Comedy" por mostrar o verdadeiro Jerry Lewis, gosto do tom acridoce de NY NY. Discordo dos que afirmam que "The Departed" é um filme menor. Gostei muito do filme, achei que houve muita coesão no tema -- a traição, desde a amante à Igreja, gostei da montagem, não sei que houve diferente, a editora é a mesma de sempre, mas senti um ar moderno nesta.
No final das contas, a redenção dos informantes está na morte, na união com seus mortos, the departed.
Gostaria de me alongar mas o avião me espera. Mamãe aqui vai chegar e o Gabriel Francis
também. Assuntos de família e prazer, como aquela trepada obrigatória com a esposa na sexta. Pois é. Beijos e volto breve.
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O que achei que faltou nesse filme foi credibilidade em alguns personagens. A psiquiatra me pareceu tudo, menos uma psiquiatra americana. O DiCaprio foi uma grata surpresa, mas o Mark Wahlberg tem um personagem mal-aproveitado, que some e depois aparece apenas para fechar a trama. Ainda acho que o melhor, considerando o Oscar, foi Babel, se bem que ainda não assisti às Pontes de Iwo Jima.
Posted by: j. noronha | 29-03-2007 at 09:05
Saudações Tina!!!
Scorsese. Gosto dos filmes dele, apesar da violência e sangue em demasia em alguns. Ainda não pude ver "Os Informantes" (pra variar alguns títulos em português continuam ridículos), mas pelo que li a respeito, pareceu-me muito bom.
Continuo na correria do trampo, e sem o tempo necessário para visitar os amigos.
Abraços, bom final de semana... agora vou me internar num local sem computador e sem celular. Preciso de descanso.
Paz e prosperidade!
Posted by: Defensor | 30-03-2007 at 11:15
Boa análise. Sempre um papel estranho o de informador. Qualquer luta é de poder. Vale tudo? Não me parece. Já viste O Labirinto do Fauno, Guerra Civil Espanhola no seu melhor? Os bons, os maus e os péssimos. Vale ser informador se estivermos do lado politicamente certo? Eticamente estranho, sempre. E informar... É um conceito complexo. Trair causas é trair e tem nome. Os fins justificam os meios?
Posted by: maria | 30-03-2007 at 13:47
O legal de ver filmes é ler ou ouvir opiniões diferentes, que muitas vezes abrem novas perspectivas para a pessoa. De certa forma ao comentar criamos uma visão coletiva mesmo que díspare.
Realmente a mocinha psi era jovem demais para ser médica. Verdade que o Mark Wahlberg poderia ter tido um papel maior. Não sei explicar além do que escrevi porquê este filme me agradou.
Posted by: tina oiticica harris | 30-03-2007 at 19:28