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novembro 2006

30-11-2006

Pinta como pinto? Não. Furta como furto?, por Nicolas Rouquette

É triste como tem gente que faz de gato e sapato o crédulo ser humano, mete-lhe a mão no bolso e o deixa sem bolso porquanto sem roupas. Levam tudo como num truque de Mil e Uma Noites. Acabei de ler esta notícia na Última Instância. É muito nojento como vigaristas se aproveitam de palavras-chave de religiões visando o furto, pura e simples.

Pior é a molestação, verdade. Estamos entre a cruz e a caldeirinha, ou o nada.

De fazendeiros dos EUA a foto do demônio, por Nicolas Rouquette

Levei um susto mas é isso mesmo. Gente que tem tradição de agropecuária nos EUA está tentando a sorte no Brasil. Só posso dizer "Boa Sorte" aos Joe, Dick e Harrys da vida. Fico pensando aqui com meus botões que nomes terão cidadezinhas gaúchas, que já têm nomes inusitados para mim e são tantas, que grande é a região. Além da língua, os americanos têm que aprender a lidar com os jeitinhos do povo. Este que é o centro da matéria do Los Angeles Times levou um cano e depois quase outro. Ausentou-se e encontrou uma conta para pagar a gente que nunca havia visto, mais gorda ou mais magra. Ainda bem que tinha experiência.

Perguntou a cada um sobre detalhes da fazenda; cores da casa, das janelas... assim safou-se. Isto tudo foi no cerrado da Bahia.

Mudando totalmente de assunto, perguntaram ao Google por um retrato do demônio. Reflitam, figuras. O demônio foi um anjo. Levou um tombo da pesada que nem aquele incêndio na cara do Darth Vader. Trágico, terrível e merecido. Se os anjos são espíritos e o demônio era um anjo, ele é espírito. Espírito não tem corpo a não ser em terreiro de macumba, quando baixa nos "cavalos". Logo, não há fotos. De qualquer maneira, foto é com o Google Images. Vídeo é com YouTube e Google Video. Besteirol é comigo mesmo.

Há um conto genial em que o demônio até mulher arruma. É um clássico do Maquiavel, O Arquidiabo Belfagor. Coitadinho. A mulher era sob medida: infernal. Mañana. Por hoje deixo aqui um besteirol de outro blogueiro.
Aí o W. morreu e foi lá conferir onde ia passar a eternidade. São Pedro lhe disse pra escolher ele mesmo pois no céu estavam confusos. Ele foi lá na casa do capeta e viu um monte de amizadinhas dele na maior festosa ( balada ) os camaradinhas se dando bem pacaramba.
Não teve dúvida e disse ao São Pedro que era crente mas o Inferno prometia ser mais interessante. Voltou lá no dia seguinte e nussa! Todo mundo atolado naquilo mesmo, quebrando pedras, as gatcheenhas eram umas ogras feias pra dedéu, desdentadas, salivando, mordendo seus camaradinhas, estes quebrando pedras, tudo acorrentado. W. ficou desesperado. Virou-se para um capetinha e perguntou o quê tinha acontecido: -- Ah, ontem tu viu foi um screensaver, malandro. Sifu, mermão. --Arreganhou a boca e recitou:--Aqui é o i-n-f-e-r-n-o !!
Bill_fodao_2


29-11-2006

Google: bandalheira nos EUA também, por Nicolas Rouquette

A única coisa que posso desejar é que o dinheiro que a dupla nefanda de Stanford ganhou, 34 bil de dólares cada, percam com dignidade, em uma orgia de jogo e mulheres fáceis em Vegas, por exemplo.

Não escrevi nada sobre Orkut porque é hilário demais. Agora Google não tem mais problema em entregar a leitura de comus e perfis para a PF tomar as necessárias medidas anti-crime. Pensem bem. Durante quase três anos rolou a maior putaria no Orkut e a Google, Inc. ou Google Brasil fez nada. Nussa, eu ganhei telefonema de um gatcheenho de San Diego. E daí, até parece. Apaguei meus scraps ofensivos porque quis, porque me faziam mal e parti para o divino perdoar.

Agora, nós contribuintes vamos pagar pela limpeza do Orkut. Essa duplinha de Stanford é gênio mesmo. Quando digo que há um nível de riqueza que é pornográfico, não estou brincando.

Aqui nos EUA, de manhã cedo abri meu feed do blog America, um dos maiores blogs do país. O carinha tinha uma história incrível. Ele conseguiu ser expulso do YouTube por haver usado alguns segundos do show do Jon Stewart. Enquanto isso, quatro dos vídeos de destaque do You Tube são claramente vídeos que infringem direitos autorais. O blogueiro pergunta:

--Por quê Google e YouTube detestam seu público (America)?

Bicho, não sei. Sei que há por aí um perito em direitos autorais, mora em SP, é comequieto, ou só quieto, quem sabe? Aê, P. Walked, dá uma forcinha ao John, do America blog. O lay out é tosco mas é um dos top top.

Tenho a impressão de que a duplinha de Stanford esqueceu-se da mortalidade humana; despreza os outros humanos. Enquanto os produtos Google são fodásticos, a equipe é podre. Muito triste.Googlecalls102706_2


Abaixo, dicas sobre Macau, o livro vencedor do prêmio Portugal Telecom, de Paulo Henriques Britto. Abaixo das dicas, uma estorinha passada no Rio anos 80, baixo Leblon.

Macau e mais, por Nicolas Rouquette

Só para ver o que eu poderia encontrar sobre "Macau", o livro de poesia de Paulo Henriques Britto vencedor do prêmio Portugal-Telecom de 2003, saí googlando. Encontrei um artigo comparando o livro do Paulo Henriques Britto a um outro, de um poeta do sul.

Cliquem, por favor. O sobrenome do sulista é Carpinejar, um composto dos nomes de mãe e pai.

Ha! Tenho mais um link do tipo resumo de Macau. Se vocês tivessem lido o livro estaria terminada essa agonia de busca no Google. Lá vai.

Querem mais? Cliquem e boiem.

Vocês verão que pelo menos uns cinco poemas terão que ler. Sorry. Juro que não vai doer.

28-11-2006

Yuna janta no Diagonal, por Nicolas Rouquette

Estava contente que aquele chato tinha cancelado sua aula. Podia sair mais cedo e é o pássaro que madruga o que melhor petisca, como dizem os gringos anglos. Maldisse para si mesma sua mania de gastar dinheiro em roupa de griffe. Ah, dane-se. Enquanto pudesse usar os vestidos jeans com strass da Yes, Brasil tinha que aproveitar. Quase começou a cantarolar "You Only Live Twice," conteve-se; a tempo emendou em "Live and Let Die."

Não usava maquilagem exceto pelo batom. Um Fagner rolou em sua cabeça, "Como era muderno seu batom, batom..." Segundo disco, o melhor, Ave Noturna, com parcerias do Fausto Nilo, Petrucio Maia, nada de começar a pensar no Fagner, uma coisa leva a outra e a outra é... foi... nunca mais.

Batom vermelho, sapatinho de boneca, uns chineses comprados em Chinatown, NYC por cinco dólares, foi pegar um táxi. Táxi na sexta, uma droga. Pegou o velhinho ex-combatente da Segunda Guerra Mundial. Yuna desconfiava que era a Primeira. O Vascaíno surdo, tadinho. Taxímetro malhado, não tão tadinho assim. Yuna nem ia discutir que sabia o preço da corrida de Laranjeiras ao Diagonal. Pagou.

Sentadinha à mesa, esperou a muvuca de sempre quando um cantor famoso em seus dias, Morfeu Proença, brigava pela sua mesa. Yuna havia levado um tempo para se acostumar ao só ser, ao clube do eu sozinha. Agora não tinha mais bronca ou medo. Rio de Janeiro não era NYC ou outra metrópole democrática. O ranço chauvin imperava ainda. Estava melhor que antes, decidiu. Tentou contato ocular com um dos ... Todos a conheciam de quando... Carambolas!

--Oi,Yuna, posso me sentar com você? Não tem mais mesa vaga.--

Putz. Guto. Gataço imprestável. Nem pensão alimentícia para uma pobre professora particular de inglês. Escrotinho.

--Ué, Guto, por quê você não pede para a Eva? Ela te seduziu, que te leve para a puta que a pariu.-- Pensou em acender um cigarro. Tinha parado de fumar tabaco.

--Yuna, você sempre espirituosa.--E Guto puxou um cigarro Malborough.

--Que que é isso, homem, fumando?-- Yuna estava tão surpresa que não se deu conta: Guto estava aboletado à sua mesa, fumando, sim.

--Ela me deixou, Yuna, me deixou. Fiquei assim, arrasado; estou fumando. -- Ao contar seu drama, Guto deu um bater de pálpebras digno de Meryl Streep no "A Mulher do Tenente Francês."

À merda com esses olhos cor de mel, Yuna pensou. Jurava que se daria uma chave de coxas e não se renderia ao ex- . Nem esta vez nem nehuma vez. Ouviu sua voz, sua própria voz a indagar:

--Guto, larga desses cigarros. Você não quer apertar unzinho lá em casa? -- E parou estatelada frente à realidade da casa não ser mais deles mas dela.

Um silêncio desconfortável, o garçom, o pedido de sempre: tornedor com arroz à cubana, para ele, filet com palmito para ela. Sangrando. O filet.

Trocaram novas sobre o novo disco do Guto, "Nu ao Luar". Francamente, pensava Yuna. Guto falava, falava, nem era com ele a realidade dos fatos consumados. Realidade era um conceito alienígena. Disse que ela estava sexy. Yuna ficou vermelha da cor do batom.

Descartou a possibilidade. Transa com ex- não dá certo, todo mundo tinha dito isso antes. Que sabe "todo mundo"? Uma outra voz dentro de si perguntava. Que raios de olhos desse homem, que gato, que droga. Já o tinha chamado de imprestável? Já, seu repertório estava reduzido.

Comeram, ela pagou a conta. Músico não tem dinheiro, tem conhecidos de montes. Era uma procissão de músicos a parar à mesa deles para falar com o Guto sobre seu disco "Nu ao Luar." Guto entusiasma-se e mente. Diz que o disco foi feito em homenagem a Yuna. Em cinco minutos o Diagonal inteiro sabe que o casal vai voltar. Menos Yuna.

Dão um tchau pro Severino. Vão saindo do ti-ti-ti do Diagonal para um cafezinho na Pizzaria Guanabara. Racham a corrida de táxi. Ele mora perto de Laranjeiras. Elogia as fivelas de strass do vestido de brim da Yuna. Brinca de enfiar seus dedos longos de pianista por dentro das fivelas. A chave de coxas de Yuna está fraca. Ele insiste, ela desiste.

A mulher tem sempre a última palavra:

--Amanhã você vai embora, ouviu, Guto? Vai, m-e-s-m-o. Aahhh... Minhas fivelas, seu merda.

No rádo de antanho toca uma canção portuguesa, "Teus Olhos Castanhos", com Francisco José. Sorte que estão perto. Pertinho.

Moral da estória:

Sempre disse minha avó, portuguesa via Acre.

O homem é um diabo,
não há mulher que o negue.
Toda mulher procura
um diabo que a carregue.

27-11-2006

Aula particular de inglês, por Nicolas Rouquette

Batia com os pés a medida que andava impaciente de um lado para outro da saleta.
Nunca havia saído de apartamento quarto e saleta. No máximo, varandinha com baratão voando de novembro a abril. Varandinha fechadinha por causa de baratão.

Este tal de Rodrigo García estava atrasadinho. Mordeu o canto da unha do indicador direito. Um pouco de pinimba da folga desse Rodrigo.

Dar aula de inglês, ainda mais particular, dava nisso. Era escravidão. Tinha saída? Pelo menos a noite gótica, de rock com suas amigas gay. Tocou a campainha, livrando Yuna do tormento da espera.


Quando entrava na casa da professora Yuna o Rodrigo sabia o quê esperar: um cafezinho e água gelada, a professora contida, experta no assunto e distante. Sempre se indagava qual era a dessa Yuna. Nunca tinha cismado de ir a fundo nos assuntos particulares, tinha ficado tudo por isso mesmo.

Yuna aproximou-se. Estava vestida com um desses vestidos do verão passado. Justo e com alças espaguetti. Ué, que nunca havia usado alças espaghetti. Nenhum dos dois quis comentar sobre as alças espaguetti. Nem Yuna para dizer ao Rodrigo que apreciasse o resultado de sua plástica de seios. Nem Rodrigo pra lhe dizer que gostosa que estava.

A aula começou durante uma tarde-noite longe do ruído do trânsito do Largo do Machado. Yuna ligou seu companheiro, o manjado e barato modelo clássico do gravador cassete. Negro, um prisma retangular do tamanho de uma folha de caderno de estudante de 8-12 série, botões básicos. Iam ouvir e discutir uma das cenas de "Um Bonde Chamado Desejo." Tennessee Williams é obrigatório. Era o quinto aluno que tinha sobre a peça. Pena que não desse aula de português: daria aulas sobre Macau, do Paulo Henriques Britto.

Yuna suspirou fundo. O inglês do aluno não era fluente de maneira que ele compreendesse a cena entre Blanche Du Bois e Stanley Kowalski e visse com os olhos da imaginação o momento em que Stanley Kowalski viola Blanche e ela pira de vez. Vamos lá, ela pensou.

--Tell me what you see happen in this scene. It's important to tell me what the scene shows you. Suspirou e esperou. Batata o que ele ia dizer sobre a cena. Lá veio batata quente direto do forno do besteirol. Começou a bater um pé, de leve, de impacência.

Rodrigo estava confiante. Detonou:

--Oh, weill ,you are seeing, it is easy. I understand everything, you know? I feel everything. It's in my blood. Brazilian.

Yuna não podia revirar os zóínhos mas revirou os dois. Rodrigo seguiu adiante, entusiasmado.

--You see, Blanche starts tallk bad stuff to Stanley Kowalski, he gets mad. He's angry a lot. The lights on stage shake, the light shake, understand?

Yuna sacou que ele boiou totalmente na interpretação do significado das luzes no clímax da peça.

--Stop there.-- Ela mandou. Pô, tava era quente.

Os dois de pé como se assim fosse menos quente.

--Rodrigo, listen. Blanche is throwing herself at Stanley, right? -- E Yuna imita a linguagem corporal da Blanche

--Rodrigo! Attention. Blanche is Stanley's sister-in-law -- E as mãos de Yuna faziam gestos no ar insinuando a palavra tabu daquela tarde-noite de aula particular inaugurando vestido de alça tipo espaghetinho.

Rodrigo sente-se atraído como a cobra do indiano tocando flauta. ( Essa Yuna até bunda Ferrari tem, pensou)

Rodrigo jogou um verde:

--Please explain me... Ela cortou rígida. --Explain to me, Rodrigo.

Rodrigo insistiu:

--Explain to me, please, please please...

Ela explicou o estupro em inglês, ele ficou a ver navios. Ela desistiu, estava a fim da noite:

--Rodrigo, listen, o Stanley Kowalski violou a Blanche Du Bois. Por isso as luzes tremem e apagam.

Rodrigo, muito confiante--mas que calor da pega, sô, vai para a parede, brinca com a luz e pergunta:

--Assim, é?

Ela respira, é assim, assim. Ele se encaminha para ela, assim, assim, é assim...


Cortina
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Olhem que o Acre existe, por Nicolas Rouquette

Vocês sabem que tenho um link aqui que é do Acre. É o Helder Jr. do blog "eu bebo" e que teoricamente participa no "Foi-se o Martelo", comigo e com o Noronha Jr. Tenho um amigo que me manda uns links de vez em quando. Recebi um que inclusive menciona o Igarapé do Gaúcho. Só pode ser a sede do "De Que Jeito".

Então vamos lá, ao artigo que derruba a falácia do Brasil ser monolíngüe.

E um artigo que não é pra índio, é pra eruditos, é fascinante, está no SemiOtica.

Aviso aos Internautas, por Nicolas Rouquette

Já escrevi um post sobre isso, mais ou menos. Fiquei feliz que uma pessoa que tem blog usou o título daquele post, "Aviso aos Navegantes." Este era o "brado de alerta" da minhha mãe quando ficava de saco cheio da família e tarefas domésticas. Emendava o aviso aos navegantes com "a mamãe aqui vai ao cinema." Ia a dois ou três filmes, comprava quinquilharia no Largo do Machado, meu pai queeria dar um treco mas se continha face ao "aviso aos navegantes." Além do mais ela trazia o lanche consigo.

Seguinte galera. Todo mundo deve saber que palavras que não são essenciais à busca são omitidas. Esta frase inteira seria reduzida a "saber palavras não essenciais omitidas."

Segundo e muito importante. Meu blog tem piadinhas mas não tem fotos de nada. Quem quer ver fotos a cores da Família Real chegando ao Rio deve tomar um chá de cogu e depois vai ver tudo colorido até desenhos vão ser fotos. Sério, fotos, busquem-nas no Google Images. Fotos de biologia há nos journals de ciências, aqui não. Nunca vi fotos de câncer de seio. Nem os médicos vêem. Os patologistas estudam lâminas. Putzgrila, a genitália já é feia e vocês acham que vou exibir fotos de prepúcio? Quem estiver a fim de pornografia tem que fazer busca de cara "pornografia peitos grandes." Juro que batem em algo mais interessante que o Universo Anárquico.

Finalmente. Tiazona Oiticica, com 23 anos de experiência de ensino diz pra vocês: abram os livros e leiam o que têm que ler, tomem nota, façam os famosos grupos de estudo para ter idéias diferentes sobre os livros. Não há resumo de Macau do Paulo Henriques Britto e nunca haverá. Há ensaios sobre o livro, crítica, esses lances. Macau não é Os Lusíadas, um poema épico sobre um único tema. Macau é uma coletânea de poemas do Paulo Henriques Britto que ganhou o prêmio Portugal Telecom. Macau é símbolo de quão isolada é a líingua portuguesa hoje.

E agora Mamãe aqui vai so cinema.

Caravela


26-11-2006

Vida sexual na terceira idade, por Nicolas Rouquette

Um senhor de idade avançada ficou viúvo. No começo, entre choro e alívio de não ter sua mulher no seu pé o tempo todo, até que foi bom. Com o passar do tempo, o senhor começou a ficar agoniado. Nunca havia precisado de usar remédios, mandingas ou qualquer outro artifício. Sempre bateu o ponto regularmente, disso a falecida nunca pode se queixar.

Agora solteiro, por assim dizer, quis satisfazer um desejo há longo tempo negado: visitar uma praia de nudismo. Sempre haviam falado dessas praias escondidas entre as várias lagoas de Alagoas. Perguntou discretamente ao seu filho cinqüentão, conseguiu as coordenadas; até mesmo uma carona: --Vai aí, coroa, que vou também!

Foram a uma praia em uma ilha depois da Ilha do Gunga. Chegaram, o filho logo se registrou e sumiu. O velho deixou sua roupa em uma cabine com chave e foi para a praia, curiosidade morta, enfim.

Estava de bobeira recostado na areia quando passou uma mulher escultural. Bundinha, peitaços, melhor, só duas iguais. A ereção foi inevitável. Para sua surpresa, a mulher virou-se para ele e disse:

--Você me chamou?

-- Eeeeeeuuu? --O velho estava atônito.

--Sim--prosseguiu a gostosona. --Quando alguém demonstra algo assim como você, está chamando. Vamos? --Ronronou a gostosona.

Foram os dois para a mata que cercava a praia e o velho se refestelou. Só não deu duas porque seria excesso de intimidade. E gasto do óleo em demasia. Disseram adeus e lá se foi o velhinho para o banheiro.

No banheiro ia começar a se limpar da areia e secreções quando soltou um peido. Coisa da idade.

Ouviu e viu um homem enorme, um branco bombado dizendo:

--Me chamou?

Nossa, que era a cara do governador da California, Será?

O austríaco seguiu:

--Me chamou? Aqui ser assim. Você peidar é me chamar, vamos agorra.


Uma hora depois lá está o velhinho, aflito na recepção:

--Quero ir embora. Quero meu dinheiro de volta.

A recepcionista, outra boazuda, perguntou:

--Mas meus senhor, mal chegou, que houve?


O velhinho suspirou fundo e disse:

--Não sei até quando poderei trepar uma vez por dia. Com certeza solto traque umas setenta vezes por dia. Não posso ser arrombado desse jeito, entende?

À minha amiga pernambucana, por Nicolas Rouquette

Dizem que você tem câncer
Que tem cara de AIDS
Que tá feia que nem caveira
Vivendo a inalar sais

Levei um susto, é verdade
Tem quilo demais em falta
Mais olheira na cara que
lero-lero no Cine Paissandu

De que sabe a plebe?
Se te olhassem com cuidado veriam
Estão ainda nadando discretos
Teus olhos lindos, raros

Da cor de limonada.

Laranjeiras, 9 de julho de 1991


Limonada_2


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